Descrição:
Nomes populares: Doença ou síndrome de Weil, febre dos pântanos, tifo canino e outras.
O que é: A leptospirose é uma doença infecciosa transmitida ao homem, principalmente, durante as enchentes.
Distribuição no Brasil e no mundo: A leptospirose ocorre em todo o mundo, mais frequentemente em regiões tropicais e subtropicais onde o calor e as chuvas favorecem a sua transmissão. No Brasil, a doença ocorre com maior frequência em áreas urbanas e regiões metropolitanas, onde as condições sanitárias precárias e a alta infestação de ratos aumentam o risco de contrair a doença. O alto custo hospitalar, os dias de trabalho perdidos e o elevado grau de letalidade (até 40% dos casos graves podem levar ao óbito) demonstram a importância.
Transmissão:
Agentes causadores (patógeno e vetores): A doença é causada por uma bactéria chamada Leptospira, presente na urina de ratos e outros animais (bois, porcos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose ao homem).
Durante as enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente nos esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama pode infectar-se. As leptospiras penetram no corpo pela pele, principalmente por arranhões ou ferimentos. O contato com esgotos, lagoas, rios e terrenos baldios também podem propiciar a infecção.
Veterinários e tratadores de animais podem adquirir a doença pelo contato com a urina, sangue, tecidos e órgãos de animais infectados. O doente grave pode apresentar hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar à morte. O período de incubação, ou seja, o tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, é de 1 a 30 dias (média entre 7 e 14 dias).
Diagnóstico:
Clínico (principais sintomas): Febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas (batata da perna); podem também ocorrer vômitos, diarreia e tosse. Nas formas graves geralmente aparece icterícia (pele olhos amarelos) e há a necessidade de internação hospitalar. O doente grave pode apresentar hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar à morte.
Laboratorial (exames realizados): Os métodos sorológicos (por exames de sangue) são os mais utilizados: o teste ELISA-IgM e o teste de microaglutinação (MAT) estão disponíveis nos Laboratórios de Saúde Pública de todo o país. Estes exames verificam a formação de anticorpos pelo organismo da pessoa doente, e assim nos indicam se houve contato com a bactéria e se fomos infectados. Para esclarecimento de mortes suspeitas existem outros exames (histopatológicos e imunohistoquímica), os quais utilizam fragmentos de coração, rins, fígado, etc.
Tratamento:
Uso de medicamentos e outras medidas para o tratamento da doença, de acordo com os sintomas, deve ser orientado sempre por um médico. Os casos leves são tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam ser internados. A automedicação não é indicada, pois pode agravar a doença.
Prevenção:
As principais recomendações para se prevenir dos riscos de infecção são:
Medidas ligadas ao meio ambiente: obras de saneamento básico (abastecimento de água, lixo e esgoto), melhorias nas habitações humanas e o controle de roedores. Evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas. Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés). A água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) mata as leptospiras e deve ser utilizada para desinfetar reservatórios de água: um litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água do reservatório. Para locais e objetos que entraram em contato com água ou lama contaminada deve-se diluir um copo de água sanitária em um balde de 20 litros de água.
Combate aos ratos: acondicionamento e destino adequado do lixo, armazenamento apropriado de alimentos, desinfecção e vedação de caixas d´água, vedação de frestas e aberturas em portas e paredes, etc. O uso de venenos raticidas (desratização) deve ser feito por técnicos devidamente capacitados.
Dicas de prevenção para viajantes: Deve-se evitar ambientes que possam estar contaminados por urina de ratos e outros animais, bem como entrar em contato com água ou lama de enchentes ou rios e lagos suspeitos. Sugere-se procurar informações sobre a ocorrência de leptospirose na região que vai visitar. Se adoecer no retorno, não esquecer de relatar sua viagem e as prováveis situações de risco pelas quais passou durante a viagem (enchentes, acampamentos, rios e lagos, principalmente).
Fonte: Associação Brasileira de Infectologia
Também é importante: Manter suas caixas e reservatórios sempre limpos e higienizados.